domingo, 21 de agosto de 2011

Estratégias de comunicação

Muito se tem escrito sobre as redes sociais e sobre o uso que diversos dirigentes políticos delas fazem. Tem-se tornado um meio habitual para transmitirem as suas mensagens, e por isso muitos os têm criticado, usando com frequência o argumento de que banaliza a sua mensagem e o conteúdo.


O Presidente da República tem sido recorrentemente acusado do pecado capital da acedia, por não se pronunciar publicamente sobre as questões mais relevantes para a nossa vida pública. Há umas semanas, em entrevista ao Expresso, criticava a forma como a Alemanha e a França têm dirigido a União Europeia, substituindo-se às suas instituições de forma "ostensiva". Foi uma mensagem forte, mas não teve qualquer consequência visível. Este fim-de-semana, publicou uma nota no Facebook, com a mesma mensagem subjacente, criticando a proposta da constitucionalização dos limites ao défice e ao endividamento públicos. A verdade é que a mensagem passou: foi noticiada em todos os meios tradicionais e motivou diversas reacções. Mais que isso, foi lido directamente, sem intermediários, por milhares de cidadãos. Pode-se criticar a forma "pouco nobre", mas não restam dúvidas sobre a sua eficácia. A meu ver, vale muito mais.

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